segunda-feira, 27 de abril de 2015

Relato do meu parto!

Nunca vou esquecer como ele era quentinho logo que nasceu!


Quando estava grávida eu sempre lia relatos de partos e chorava feito uma boba, ficava imaginando como seria o meu parto, a hora em que o João Miguel ia fazer sua estreia no mundo e como toda grávida eu fazia mil planos de como esse dia seria. Se eu tivesse participando de uma gincana eu teria tirado zero no final de tudo. Nada, absolutamente nada saiu como eu planejei. 

Eu queria um parto normal, humanizado, de preferência embaixo d'água, passei a gravidez inteirinha lendo sobre esse tipo de parto, sobre meus direitos, fiz um plano de parto, me preparei para esse momento, até uma seleção de músicas para ouvir durante o trabalho de parto estava preparada. Achei depois de muita procura uma médica que topou fazer meu tão sonhado parto normal e mais do que nunca eu estava super confiante de que tudo daria certo.

Era 06 de janeiro, eu estava em Manaus, cidade onde nasci e onde minha família mora até hoje, pela manhã eu tinha mais uma consulta médica, mostrei os exames que tinha feito, fui examinada e a Dra falou que estava tudo bem, lembro que minha mãe perguntou se seria possível eu ter um parto normal e a médica disse que sim, que tudo caminhava para isso, eu saí super feliz do consultório, sempre que ia lá ouvia o coração do João Miguel e nenhuma música vai ser mais bonita que essa. Minha irmã por parte de pai estava passando as férias comigo e fomos levá-la para passear na Ponta Negra, um ponto turístico de Manaus, tiramos várias fotos, caminhamos um pouco, o clima estava uma delícia. 
Eu e Rayanne na Ponta Negra

Estava eu, minha irmã Rayanne, minha avó Alba, a minha tia Tatiana que também é a madrinha do João Miguel e a minha mãe Audrey. Da Ponta Negra fomos para uma pizzaria, conversa vai, conversa vem e eu sinto uma água saindo de mim sem que eu tivesse controle, na hora lembrei da consulta mais cedo e da médica falando que não era pra eu esperar uma cena de novela quando a bolsa fosse estourar, porque nem sempre era assim, uma cachoeira, mas foi! E como foi! Eu falei delicadamente para todos na mesa que ou eu estava fazendo xixi sem sentir ou a bolsa tinha rompido. Minha avó gritava desesperada falando que isso não podia acontecer, minha mãe e uma estátua era a mesma coisa, minha tia parecia estar engasgada e minha irmã, aos 14 anos parecia a pessoa mais madura da mesa, levantou, foi até mim e falou que a gente devia ir ao banheiro para ter certeza, não precisou! Quando levantei para ir ao banheiro tivemos certeza de que era a bolsa mesmo, era tanta água que não consigo descrever, acho que daria pra encher 2 baldes tranquilamente! Eu ria de tanto nervoso, minha mãe ligou para meu marido que estava em São Paulo com as malas prontas, só esperando o momento de ir correndo para o aeroporto, minha tia começou a ficar calma e fomos para casa, no caminho liguei para a minha madrinha para anunciar que o João Miguel finalmente tinha escolhido o dia de chegar, sabia que dia 07 de janeiro ele já estaria comigo! Minha madrinha foi com a minha tia para a minha casa, chegando lá me ajudou a tomar banho, todos muito nervosos e eu calmíssima, tranquila, sorridente, esperando a dore começar. Fomos para uma maternidade pública pertinho de onde estávamos, chegando lá ao ser examinada ouvir a pior coisa que poderia ouvir, o colo do útero estava fechado. A partir daquele momento eu sabia que tinha sérios riscos de ir para o centro cirúrgico. 
Já na maternidade particular com a Tatiana

Ligamos para a minha médica, que foi aos poucos me falando que provavelmente eu faria uma cesária, que era pra eu ir me preparando para o que poderia acontecer, naquele momento eu só chorava, chorava como se eu fosse morrer, aliás, eu achava mesmo que morreria se fizesse a cirurgia, mas isso é assunto para um post futuro. Da hora que a bolsa estourou até a hora que fomos para o centro cirúrgico foram 14 horas, e durante esse período só dilatei 3 cm. Nesse período, a cada meia hora uma enfermeira ia ouvir o coração do João Miguel, meu marido chegava de São Paulo 10h30, as 11h55 João Miguel veio ao mundo, de cesariana, numa sala fria, cheia de luz, não veio diretamente para meu colo quando nasceu, não mamou na primeira hora de vida, não pude segurá-lo junto de mim, foi aspirado, recebeu o colírio... Tudo, tudinho o que eu não queria. 


João Miguel em sua primeira fotografia

O que ainda não contei é que a cesariana salvou a vida do João Miguel, que ele não nasceria de parto normal, seu coração não aguentaria esperar, ele precisava de ajuda para vir ao mundo, e veio lindão, pesando 3050 e medindo 45 cm, Lucas assistiu ao parto, foi um super pai e conseguiu tirar as fotos e filmar, mesmo tremendo um pouquinho! E foi ali, naquele centro cirúrgico, pelas abençoadas mãos da Dra Mariana que a nossa família começou. Hoje eu passei a aceitar a cirurgia, Deus sabe o que faz e sei que tudo aconteceu como Deus planejou...  


Lucas, o papai mais babão do mundo

Com a bisavó Alba 

Com a vovó Audrey

Com os padrinhos Félix e Tatiana

Com a tia-avó Inis

Com a Dinda-avó Lucilene

Com a titia Luana

Com a titia Rayanne